segunda-feira, 11 de abril de 2011

Uma pedra preciosa

No ano passado, surgiu a edição ampliada de Uma pedra no meio do caminho: biografia de um poema, livro em que o poema "biografado" é o famoso e famigerado No meio do caminho, de Carlos Drummond de Andrade. A ideia original, dessa insólita biografia, foi do próprio Drummond, em 1967. Parabéns aos que tiveram a iniciativa de retomá-la! Parabéns ao poeta e professor Eucanaã Ferraz, que realizou esse belo trabalho de ampliação! Parabéns ao trabalho editorial do Instituto Moreira Salles!

A pedra poética foi rejeitada e adorada, copiada e caricaturada, parafraseada, plagiada e parodiada, apedrejada, louvada, criticada, reinterpretada, homenageada, insultada, amada e odiada.

Isso e muito mais está lá. Pedra de escândalo. Pedra no sapato do poeta mineiro. Nunca se viu uma pedra de vida tão atribulada. Pedra angular da poesia de Drummond. Pedra de toque. Pedra fundamental.

Numa charge de Henfil, no jornal O Globo (17/08/1985), aparece o então ministro da Justiça Ibrahim Abi-Ackel diante de uma senhora pedra. Naquela altura, Abi-Ackel era acusado de envolvimento com o tráfico internacional de pedras preciosas. (Mais tarde, foi inocentado.) Registrou-se, porém, a brincadeira: "no meio do caminho tinha uma pedra..."

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