sábado, 25 de fevereiro de 2012

Quanto custa ou quanto vale um livro?

No Metrô de São Paulo há máquinas que cospem livros. E aceitam qualquer valor. Então, por 2 reais, comprei hoje cedo o romance Fumaça, do escritor russo Ivan Turgueniev (1818-1883). Por apenas 2 reais. Livro novinho: 2 reais.


Foi publicado pela Ediouro (não há uma indicação precisa de data), provavelmente na década de 1980. Está esgotado, mas pode ser encontrado no Estante Virtual.

Num sebo carioca, por exemplo, existe um exemplar disponível, por 12 reais. Ao descrevê-lo, o vendedor avisa que o livro se encontra "em bom estado de conservação, edição brochura com sinais de uso, apresentando um pouco de amarelamento causado pela ação do tempo". Além dos 12 reais, acrescente-se o preço do frete, que pode variar entre 4 e 20 reais, dependendo da urgência do comprador.

Por 2 reais comprei Fumaça.


Não comecei a ler ainda (tantas leituras a fazer!). Sei, porém, que o valor deste livro é muito maior do que o preço estipulado por mim. O livro foi de graça. A valorização será uma decorrência da leitura.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Ler e prazer

Para muitos, ler é sofrer. Associam leitura a tortura. Não se sentem livres perto dos livros. Outros sentem pavor. Outros experimentam o tédio. Uma pessoa me disse certa vez que tinha preguiça de virar as páginas de um livro...


A carioca Heloisa Seixas escreveu O prazer de ler (Casa da Palavra, 2011), livrinho de bolso (e apenas 78 páginas!), que oferece muito mais do que prometem suas reduzidas dimensões.


O prazer da leitura está associado a lugares (livrarias, sebos, bibliotecas...), a pessoas sempre vivas (todos os autores estão vivos), a diversas sensações e emoções: arrepios, entrega, estremecimento, saudade, expectativa, descoberta, generosidade, adoração, sonho, estranheza, susto...


O prazer nem sempre é leve ou ameno. Ler não é algo de somenos. O valor deste pequeno livro de Heloisa Seixas está em nos provocar uma grande vontade de ler mais.


Ler é descobrir — por mais curta que seja a vida, por mais limitados que sejam nossos poderes... ao virar as páginas de um livro estamos movendo mundos.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Carnavaleitura!

Meu carnaval será uma folia de leitura. Vou ver o desfile das escolas literárias.

Quero ler até cair. Batucar os enredos, sambar as metáforas!

Carnavaler. Carnavalivros. Carnavaleitura.

Meus livros estão ansiosos pelo Carnavaleitura aqui em casa!

Sou carnavaleitor há muitos carnavais!

O pandeiro da leitura. A cuíca da leitura. Batucando nos livros até o raiar do dia!

Os livros serão meus adereços neste Carnavaleitura. Sou arlequim no Carnavaleitura.

Mesmo que sozinho, vou para o asfalto no Bloco da Leitura. Todo livro é um carro alegórico!

No Carnavaleitura vestimos todas as fantasias.

Folião, vou folhear muitos livros neste Carnavaleitura. Ler é fuzuê.

No Baile da Leitura todo mundo usando máscaras, a melhor forma de descobrir a própria identidade.

Carnavaleitura: na passarela, livros e personagens, novos enredos, batucada de ideias e imagens a noite toda.

Na Terça-feira Gorda, estar repleto de leituras.

E na Quarta-feira de Cinzas, páginas no chão, fantasias rasgadas, fim da folia.