segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O universo chestertoniano

Leio Chesterton (1874-1936) há um bom tempo. Desde a década de 1980, quando cursava Letras no Rio de Janeiro. Mais de trinta anos depois continuo sendo surpreendido por ele. É que os autores que escolhemos também nos escolhem. Ficam sempre à espreita. Estava passeando outro dia numa livraria e este pequeno dicionário, O universo segundo G. K. Chesterton, jogou-se da estante para as minhas mãos.

O mistério, a metafísica, a loucura, a arte, a fé, a crítica, o humor. As suas definições nascem de uma atitude paradoxal: a humildade corajosa. De seus textos um tanto prolixos é possível extrair verbetes concisos e agudos. Significados vastos com um mínimo de palavras. Esse trabalho editorial foi feito pelo chestertoniano norte-americano Dale Ahlquist:

ensaio: a única forma literária que confessa, em seu próprio nome, que o ato temerário de escrever é realmente um salto no escuro.

indiferença: um elegante nome para ignorância.

desejo: a parte mais selvagem da alma.

decoro: a moralidade das sociedades imorais.

pecado: a única parte da teologia cristã que pode realmente ser provada.

Céu: nossa terra natal.