
Fiquei surpreso com a abordagem, mas Francisco é um santo que inspira a todos, e tem a "mania" de ignorar barreiras e preconceitos. De certo modo, ele também protestou contra os erros que mais tarde incomodariam a Lutero. Francisco já foi chamado o "primeiro depois do Único", um cristão que viveu radicalmente a mensagem de Jesus. E é esta mensagem, afinal, o que deve unir todos os que admiram o Único Pastor, mesmo que estejam em tempos, lugares, meios culturais ou grupos religiosos diferentes.
A peregrinação de Chase tem algo de reflexão teológica e espiritual. O livro se enquadra como ficção, mas tem uma bibliografia no final, na qual estão incluídos autores católicos como Leonardo Boff, Gilbert Chesterton, Thomas Merton, Jean Vanier, e o próprio papa João Paulo II.
Há momentos em que o personagem-narrador escreve para Francisco, relatando sua busca:
Caro Francisco,
Eu achava que sua obsessão pela pobreza fizesse parte daquele estilo medieval de catolicismo: monges fanáticos e ascéticos flagelando o próprio corpo e passando fome como forma de penitência. Mas eu estava enganado. Você escolheu uma vida de pobreza porque ela criava as condições ideais para o amadurecimento da sua alma. Confesso que passei minha vida inteira colaborando com as forças do materialismo e do consumismo. Será que é possível viver nos Estados Unidos e não ser assim? Se Angelina tiver razão, no entanto, estou pagando um preço espiritual muito alto por isso. (pág. 164)
No site da Editora Sextante estão disponíveis as primeiras 30 páginas do romance: http://www.esextante.com.br/publique/media/Em%20busca%20de%20Francisco_Trecho.pdf
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