sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A crise e suas surpresas

A editora Bertrand Brasil lançou recentemente Como viver em tempo de crise?, de Edgar Morin e Patrick Viveret (trad. de Clóvis Marques).

Morin fala sobre o imprevisível, sobre a complexidade que, de algum modo, joga a nosso favor. Tudo está ameaçado, mas nem tudo está perdido. O filósofo Viveret, mais prolixo do que Morin, também aborda as ameaças e possibilidades do futuro. Ambos em tom ensaístico, erudição na medida certa, clareza de expressão, evitando euforia e depressão, e cultivando uma discreta esperança.

Estamos em crise. Todos sabem que a crise está instalada. Uma crise de mil facetas. A primeira década do século XXI não foi o fim do mundo, mas o começo do fim de uma etapa planetária. Estamos em pleno apocalipse, lembrando que essa palavra significa "revelação". As dores revelam problemas e soluções. Soluções surpreendentes.

Livro curto (não chega a 80 páginas), porém nada grosso. Os autores são sutis. Abordam as tragédias com delicadeza. Sugerem, indicam, não fazem profecias, mas não desistem de apostar num mundo melhor.

Um comentário:

  1. Aprecio a abordagem clara e objetiva como descreve e contempla-nos com um discernimento criativo entre obra e autores. Realmente a crise suscita a dor e o conflito , mas frente a transformação , o humano reacende a inovação em busca da sustentabilidade , do pensamento complexo e transdisciplinar. O argumento, a linguagem, a criatividade facultará uma nova consciência perante a crise humana. Profecias e delicadeza , inquietude serenizam a alma. E ler esta obra pode dar início para a compreensão do sentido resiliente de buscar na crise, a essência e na complexidade os pontos de mutação.

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