sábado, 7 de maio de 2011

Autoajuda qualificada

O gênero autoajuda é visto por muitos como subliteratura que induz ao autoengano. A leitura desse tipo de textos  nos convenceria a tomar consciência de que possuímos recursos mentais e morais de sobra para alcançar objetivos de vida e vencer dificuldades psicológicas, profissionais, existenciais etc. E que só nos falta um empurrãozinho para chegar lá!

Existe, porém, uma autoajuda qualificada. O autor catalão Xavier Guix (1952 - ) trabalha com uma bibliografia confiável — Jung, Viktor Frankl, Bauman, Compte-Sponville, Julián Marías, Eugenio Trías, Karl Jaspers, Mirce Eliade... enfim, não se trata de um "facilitador"...

Suas leituras, sua experiência como terapeuta e sua trajetória existencial ligada ao mundo da arte conferem ao seus textos um tom humanista e acessível, mas profundo.

Vejam três livros deste autor publicados em português, pela Editora Ciranda Cultural, em 2008:


Um trecho de Viva melhor (págs. 38-39):

É difícil viver com medo. Nada paralisa mais uma existência que o medo. Só se pode assumi-lo quanto cumpre sua função de advertência, por isso Norberto Levy o chama de funcional. Esse médico psicoterapeuta, defensor da dignidade do medo, define-o como um precioso sinal que indica um desequilíbrio entre a ameaça (física ou emocional) que enfrentamos e os recursos que temos para resolvê-la.

No entanto, a nossa confusão e ignorância fizeram dele "uma emoção negativa" que deve ser eliminada. Levy propõe abordar os códigos que se escondem por trás do medo, em vez de apagá-los ou afogá-los na repressão.

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