A vida de Pi, de Yann Martel (Editora Nova Fronteira, 2010), é um livro animal. No sentido da gíria, porque é um livro fantástico, fora de série, mas também porque trata de animais... e de seres humanos, perigosos animais que somos.
O protagonista é o garoto indiano Piscine Molitor Patel. Seu apelido é Pi, e sua vida gira em torno de religiões e bichos. Pi aprendeu que num jardim zoológico os animais observam os visitantes humanos com tanta ou maior curiosidade do que nós a eles. E não alimenta a ilusão de que javalis, macacos e elefantes, nas jaulas, estejam em situação pior do que na selva, onde predadores, parasitas e outros perigos tornam tão estressante a vida animal.
O livro se torna ainda mais interessante na parte 2, quando, depois de um naufrágio, Pi se vê num bote salva-vidas, no meio do oceano Pacífico, em convivência forçada com uma hiena traiçoeira, uma zebra, uma orangotango e o terrível (e faminto!) tigre de bengala chamado Richard Parker.
É uma aventura mística, afinal, em que se misturam medo e alegria, dúvida e fé, desespero e esperança. O desenlace surpreende.
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