A impressão que tive 15 anos atrás se confirmou. A poeta conhece por dentro o drama de termos nascido humanos. Num de seus poemas, bate à porta da pedra. Pede para entrar. A pedra não abre, alegando que está fechada, que não tem portas, que continuará vivendo de costas para a poeta.
Proibida de entrar no mundo da pedra, também não conseguirá entrar no mundo da folha ou da gota d'água. Pior do que estar num beco sem saída é não poder sequer entrar. Recusas experimentamos sempre.
Para ela, há um ou dois poetas em cada grupo de mil pessoas. Dado intuitivo, impossível de contestar ou corroborar. Mas certamente ela é uma poeta.
E vejam este poema:
As três palavras mais estranhas
Quando pronuncio a palavra Futuro,
a primeira sílaba já se perde no passado.
Quando pronuncio a palavra Silêncio,
suprimo-o.
Quando pronuncio a palavra Nada,
crio algo que não cabe em nenhum não ser.
Lindo lindo lindo. Professor, sou grata por existir a internet e poder ler suas palavras, que sempre trazem boas novas pra mim e pra todos os outros que os leem. Obrigada!
ResponderExcluirÉ, sem dúvida alguma, uma honra poder compartilhar suas palavras professor. O farei sempre que puder.Mais e mais sucesso!
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