terça-feira, 13 de março de 2012

Dentro do coração

Coração, na edição
da Cosac Naify, 2011.
Poderíamos brincar com a letra da famosa canção... Livro é coisa para se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração...


Porque volta e meia retomamos autores ou obras que nos marcaram um dia. Dentre os livros que li no início da adolescência, Coração, de Edmondo de Amicis (1874-1908), estava guardado em lugares secretos da alma, ou da mente, ou do próprio coração.


Cuore, na edição
da Autêntica, 2012.
Guardava da antiga leitura uma sensação de leve sofrimento, de angústia contida perante as dificuldades de alunos italianos num tempo longínquo, dificuldades materiais na Europa do século XIX, dificuldades no relacionamento escolar, a dolorosa comparação entre colegas, porque sempre há os colegas mais ricos, os mais pobres, os mais fortes, os mais fracos, os mais inteligentes, os menos...


Guardava sob sete chaves a imagem de professores dedicados, abnegados, e de pais e mães que se sacrificavam pelos filhos, e de garotos tentando entender o porquê da vida...


Mais de 30 anos depois, deparo outra vez com o mesmo livro. Já não é o mesmo, certamente, porque o leitor que eu fui mudou, e muito. Então, tanto a edição da Autêntica (2012) como a da Cosac Naify (2011) chegaram na hora da releitura. É hora de reler o livro. E reinterpretar quem sou.

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