O filme Minhas tardes com Margueritte (2010) é um canto ao reencontro com a leitura. O título em francês — La tête en friche — fala de uma cabeça baldia, uma cabeça sem cultivo e sem cultura, como terreno abandonado.
O terreno abandonado foi a inteligência do personagem quando menino. O professor de leitura massacrava o garoto em sala de aula. E a mãe massacrava o garoto em casa. O garoto Germain cresceu e se tornou um homem sem leitura, mas com capacidades de sobra. Gérard Depardieu está ótimo. Seus encontros literários com a velhinha de 95 anos são inesquecíveis. O filme é para rir e para chorar. Excelente chance didática para falar sobre leitura, para além da obrigatoriedade seca dos vestibulares e testes de múltipla desescolha...
A leitura em voz alta, a imaginação viva, o leitor como cocriador, a literatura como instrumento de autoconhecimento, como ocasião de encontro entre as pessoas — imperdível.
Ah, o filme é uma adaptação do romance, com esse título, de Marie-Sabine Roger (1957 - ), autora desconhecida no Brasil.
E um delicioso aperitivo:
Nenhum comentário:
Postar um comentário